quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Animais Fabulosos

Animais Fabulosos.

    A natureza era primitivamente desconhecida e aterradora para o homem. O pavor, a expectativa e a ameaça de perigo exacerbavam a imaginação levando o homem a criar estranhas figuras de animais fabulosos juntamente com lendas, mitos e superstições diversas. Estas criações mentais tinham o cunho e o caráter local. Variavam se o povo era marítimo ou mediterrâneo, se mais ou menos evoluído. Durante as idades antiga e medieval eram inúmeras as historias de animais fabulosos, tao horríveis quanto raros, que adquiriam foros de realidade, cada vez que algum artista desenhava ou pintava a imagem do ser fantástico. Velhos marujos asseveravam ter visto enormes serpentes do mar, devoradoras de homens com mais de 60 m de comprimento. Acreditava-se que vagavam pelos mares atraentes sereias de longas cabeleiras verdes e lustrosas caudas com escamas, seduzindo os navegantes para perdê-los.
    Contavam alguns viajantes ter visto unicórnios em países remotos. Tinham corpo de cavalo, patas traseiras de gazela, rabo de leão e barba de bode, e da testa saia um chifre comprido e retorcido. O chifre tinha a virtude magica de descobrir a presença de venenos, motivo por que eram procurados com afinco para serem usados como copos ou taças. Entre os monstros contavam-se também, os grifos, entre singulares, metade leão  metade águia, e os basiliscos, serpentes peçonhentas capazes de causar a morte com o seu silvo. Suponha-se que nasciam de ovos postos por galos e chocados por sapos. Os gregos falavam de centauros, criaturas metade homem, metade cavalo. Acreditava-se na existência de dragões  enormes serpentes aladas que vomitavam fogo. As esfinges tinha o corpo de leão, asas de ave, cabeça e peito de mulher.
    O nosso meio tropical determinou a criação, como reflexo da nossa ecologia, de vários seres fabulosos: havia diversos anhangas que tomavam forma de animais, como o suaçuanhanga que era um veado de cor vermelha, chifres cobertos de pelo, olhar de fogo. Havia o boitatá (v.), terrível cobra de fogo, habitante noturno de praias e margens de rios, o Ipupiara, homem marinho, inimigo de pescadores e navegantes, versão brasileira da sereia.
    O saci-pererê, o lobisomem (v. estes nomes), a mula-sem-cabeça e outros seres fantásticos  ainda continuam presentes nas crendices do nosso interior. A sobrevivência destes seres  fabulosos se prolonga ainda nas artes, nos brasoes, nos escudos d'armas e até em moedas da circulação atual.                                         (A.X.T.)


O primeiro animal retratado na imagem foi identificado por historiadores como uma Baleia Orca, que no caso era temida por muitos pescadores e navegantes.


        


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